12 de setembro de 2006

Depois do [sono]


Acordei com um medo imenso. Um terror tão grande. Uma dor sem fim. Voltar a dormir não era solução; nem tão-pouco tinha sono para cerrar de novo as pálpebras e entrar na terra na ilusão sobre a realidade [passada, actual ou presumida]. E manter o corpo acordado assustava demais. Simplesmente estilhaçava cada pedaço de mim, na dúvida, na (in)certeza do que sabia.
Acordei com um medo imenso que não podia afastar de mim. Um terror tão grande que nevoeiro algum esconderia destes olhos. Uma dor sem fim e sem princípio, afinal. Voltar a dormir não afastaria a impotência de encontrar resposta. E manter o corpo acordado não parecia sustentável. Simplesmente fazia crescer um aperto no peito, na alma e na inteligência.
Acordei com um medo imenso, um terror tão grande e uma dor sem fim.
Não adormeci. Não acordei.
Fiquei na fronteira.
Olhei as tangerineiras através da grande janela, orvalhadas pela bruma da manhã nascente.
E continuei. Porque sabia o que queria.

2 comentários:

jumpman disse...

"E continuei. Porque sabia o que queria."

Porque mesmo com esse medo, que pode confundir o pensamento, aterrorizar até à mais pura essência do ser, continuar acaba por ser a solução. Não ceder a esse medo. Não esquecê-lo também, mas sim aprender a conviver com ele.
Mais fácil dizê-lo que fazê-lo, concerteza, mas provavelmente a melhor maneira de o encararmos. E não termos recei desse mesmo medo, aceitá-lo e utilizá-lo para nos tornarmos mais fortes.

E acima de tudo continuar, sempre..

***

Anónimo disse...

Bem ia dizer +- o que o sr. saltador disse :S
Só vou acrescentar que a dor não é má, porque é um aviso de que algo está mal. Mas acho que o medo e o terror seriam suficientes para saberes isso :)
Como disse o sr. saltitante:
"E acima de tudo continuar, sempre"®