29 de abril de 2007

Embaciado

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Adormecida em pé, sem sono, ainda muito desperta, de olhos abertos presos a nada que se visse, tremendo no mais profundo e invisível ser, sem pensamentos, sem sentimentos, sem emoções nomeáveis. Apenas um vazio, fruto de um motivo construído em presentes que já são outroras [alguns certamente escondidos da recordação], incompreendido logo desconcertante, inquietante [porquanto indomável, incontrolável], silencioso.
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Deitada depois, apertando com força a almofada macia, desejando fechar os olhos e, num tempo sem contagem, acordar, tão-somente. Sim, simplesmente acordar. Porque pode ser difícil fazê-lo. [E, porque descrever o resto pertence a um mundo sobre-humano.]
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27 de abril de 2007

Silêncio


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Sei-me de olhos fechados para muito e é com alguma pena que reconheço não os ter [ainda?] esbugalhado para a imensidão que rodeia este corpo e esta alma, por vezes, voadora.
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Porém, mesmo que com eles cerrados até que me sangrem as pálpebras maceradas, vejo claramente o que rodopia ao sabor dos pensamentos sentidos [ora serenamente, ora em desnorteio] sob a húmida cortina que cobre o teu olhar. Leio as palavras mortas antes de sentirem o calor de um abraço, as frases gastas e inúteis enoveladas, apertadas, sufocantes no fundo da garganta, a raiva emudecida pela consciência vacilante do valor, o descrédito no poder ser mais e melhor. Descubro, nas entrelinhas de conversas silenciosas, inúmeras interrogações e outras tantas respostas insuficientes. Pressinto, ao simples cair das pálpebras, a revolta calada que abriu caminho por entre a carne. Reconheço a perda de tudo nascida num estalar de dedos, estampada depois em cores ocres no teu olhar preso ao chão. Antecipo o abraço do teu corpo antes que a respiração suspensa ou o bater desconcertado de um coração sempre sereno, supliquem pelo que somente devem esperar da amizade que um dia aconteceu..
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Mesmo que com eles cerrados, e além de tudo, leio, descubro, pressinto, reconheço e antecipo muito mais. E melhor.
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E vejo em tudo parte de mim. E um todo de ti que se dá a conhecer aos poucos [bastando abrir um pouco os olhos de dentro].

26 de abril de 2007

Espontâneo

Quem escreve, lê.
E quando lê bebe palavras saciando momentaneamente a sede do saber, do sentir, do pensar.
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Agosto/06

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"Mas há momentos mágicos que suspendem o tempo e o mundo, como o deste crepúsculo."

Miguel Sousa Tavares, Sul

22 de abril de 2007

O Homem e a Flor



Lutando para não me afigurar arrogante, digo-te, orquídea brilhante que me olhas do teu vaso quente, demiti os vultos do passado que [quais eleitores falecidos] apenas engrossavam uma falsa crença de companhia.
Concluí da distância que nos separa, da ausência de espontaneidade nas conversas, da impossibilidade de falar com sinceridade, logo afirmando a mim própria o fim de muito tempo de engano. As pessoas não são todas boas, o que fazemos por sentir [e não por obrigação ou segundas intenções], são letras ordenadas apenas nos instantes de oportunismo de gente que vemos nesse então como diferente.
Concluí da frieza dos sentimentos hibernantes e ainda julgados vivos.
Concluí da necessidade de cortar com o que mais não foram do que rostos que comigo se cruzaram, de mim retirando a força nos instantes de dor, o sorriso quando apenas isso os fazia, também a eles, sorrir, ou um ouvido silencioso nas horas de desabafo.

Vi, no fundo, ter muito pouco que partilhar e ainda menos com quem fazê-lo. Só que ao invés de revolta e choro, apenas uma mágoa oriunda do tempo perdido pressenti ao fundo do corredor principal do meu Eu. Por saudade? Por desgosto? Talvez por desilusão. E porque as pessoas não são todas boas, o que fazemos por sentir [e não por obrigação ou segundas intenções], são letras ordenadas apenas nos instantes de oportunismo de gente que vemos nesse então como diferente.

Olhando o teu caule hirto, crescendo em direcção ao Sol que aquece as vidraças, confesso-te o que nenhum outro animal ouviu. Partilho contigo, para que cresças sabedora das histórias dos Homens, das voltas que as suas vidinhas dão [ou que eles pensam ver quando rodopiam sobre si próprios nos calcanhares] que dos companheiros de caminhada nem um agora conhece o timbre da minha voz, embora possa saber como me chamo. Pena? Já não a consigo sentir.

Prefiro então seguir o caminho que corre sob os meus pés sem essas autênticas memórias distorcidas, aqui e além parando para conversar contigo.

18 de abril de 2007

Madrugadora?

Já que, mesmo sem espinhos ou ervilhas debaixo do colchão, o meu sono termina sempre cedo [não obstante pesarem-me os olhos quando a noite foi mal dormida], levei este corpo a caminhar até onde a maresia se funde com o aroma fresco dos eucaliptos. O dia ia ser longo e enfadonho.
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Percurso conhecido, lagos e animais familiares, alguns rostos menos estranhos.
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E depois? Uns minutos sentada na pedra ainda virgem de Sol da manhã crescente, desejando fundir-me com a erva verde ou deixar o mar um pouco mais azul ao entregar-lhe os meus olhos; esquecer que há um futuro para viver de cada vez que a Lua vai dormir.
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E uma lembrança cruzou-me o pensamento. Surpreendi-me a mim própria há uns meses, quando fechei os olhos mentalmente, refreei um [talvez] impulso (ir)racional e não destruí o que agora me custaria não ter. Pode ser que me volte a surpreender, um destes dias, adormecendo outra vez como antigamente. Ou então tudo foi a excepção que confirma a regra.
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17 de abril de 2007

Riiiing Riiiing... e desligou depois

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Há coisas que não estão, pura e simplesmente, certas. Aconteceres que desafiam as leis do que pensava ser um Universo com algumas regras básicas de funcionamento [mesmo que muito, muito, muito rudimentares e, demais vezes, incompletas]. Lidando com a morte numa base diária, olhando-a de perto há já algum tempo, conhecendo o olhar dos moribundos [ora calmo, ora profundamente triste] e tendo já deixado partir gente [acarinhada e cujo sangue corre nas minhas mirradas veias] após dias e noites envolta em azafamada demanda num quarto de hospital cheio de alarmes e luzinhas, deparo-me com um vazio tão grande [que me gela por dentro sem sabê-lo possível] quando duas ou três frases põem em derrocada parte do meu ser.
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Não pretendo dominar o inevitável, questionar irracionalmente a certeza do cerrar dos olhos que bate à porta de todos, um dia. Mas queria que a gente boa deste mundo, que tanto incentivou os meus objectivos, que, mais ainda, me ensinou sobre ser uma Pessoa, sobre querer sempre mais e não desperdiçar a vida com futilidades ou vê-la fugir-me por medos nascidos na voz da inveja do mundo em redor, pudesse respirar por mais uns instantes. Queria, iludida e inebriada, que a entrega a que se votaram na Medicina e na vida, [exemplo que só em sonhos conseguirei sonhar], não fosse estupidamente terminada ao cabo de menos de meio século de Primaveras.
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Queria ver serem mentira as duas ou três frases que me gelaram e cravaram de dureza, para suspirar de alívio. Não por mim [porque a dor que possa sentir é sempre mais suportável do que a de pressentir tristeza ao meu redor]; antes, isso sim, para que não se perdesse para a terra fria e os vermes recicladores, o sorriso que espalhava e com que recebia quem dela se acercava.
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Queria mas não posso. O tal Universo não se rege pelos anseios de milhões de seres minúsculos deambulando num planeta pequenino. E, por isso, em lugar de voltar a encontrá-la percorrendo, apressada, os corredores do hospital ou de a ver rindo nos jantares erigidos numa sala da urgência, vê-la-ei lutar [com um bilhete apenas de ida para sítio nenhum] contra um cancro mais forte do que a razão, decidido a ficar e vencer; que chegou de mansinho e, subitamente, lhe roubou o rubor ao falar e a força para se levantar de manhã.
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Aos meus ouvidos não há palavras de consolo que cheguem.
É um dos males de conhecer as doenças, as pessoas e a impotência que domina tanto do meu dia-a-dia.
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Talvez a ruindade seja o que mantém de pé tanta gente por aí, aproveitando-se a morte ceifeira [matreira como uma raposa e sabedora de quais presas escolher] da gente que aprecia o Sol pela manhã.
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15 de abril de 2007

Na carta

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Disse-me um certo conhecido, com voz de sabedoria acumulada e timbre de calma turbulenta, que guardará com apreço e um sorriso, o autógrafo que um dia lhe dê num guardanapo de papel ou numa folha arrancada a um bloco de bolso [e, sobretudo, se lho der para a mão nesse pedaço de celulose despretensioso].
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No lugar do orgulho, da escalada imparável do ego, dos olhos revirados com o reconhecimento, apenas me inundou a certeza de lhe dizer, de imediato, que não distribuo assim o meu nome. Para quê e porquê, afinal? Não alimento já ambições sem sentido. Dessas ou outras quaisquer.
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Vou-me aquecer ao Sol.
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13 de abril de 2007

Uma nenhuma declaração em dia de enguiços, bruxarias e coisas assim

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Nos dias em aquela hormona se pavoneia no meu caminho e me penetra todos os poros, vagueie eu por onde quer que seja, devia apanhar um comboio e abraçar uma existência eremita numa qualquer floresta longe daqui. Sinceramente [e definitivamente também] não partilho do encantamento sentido por outros humanos que comigo partilham a constituição cromossómica XX, ao cruzarem-se com, ou simplesmente ao avistarem no fundo da avenida, um imponente útero gravídico. Tanta progesterona e instabilidade causam-me um prurido visceral mais forte do que a razão. E há dias em que quase parece todas estas belas donzelas haverem combinado sair dos casulos recatados...
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Não serei, certamente, muito normal ao dizer tais barbaridades [há quem argumente ser a minha postura contra-natura, devendo, por isso e, pelo menos, manifestar-me publicamente de outra forma], porém o facto real é a minha não sedução [ou autêntico derretimento afectivo, como julgo ver amiúde (felizmente para a minha sanidade, com uma frequência algo reduzida)] pela figura maternal em vias de receber um rechonchudo bebé nos braços. Falta-me, decerto, influência estroprogestativa no córtex, pois até já pecado me disseram ser, não sentir uma ternura imensa ao deparar-me com uma senhora de camisa justa e barriga empinada, graciosamente escolhendo roupinhas para o sortudo petiz ainda desconhecedor do ar que se respira neste mundo.
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Se vivesse nos EUA [e não tivesse a formação que tenho] era capaz de escrever uma carta desesperada e enviá-la [pomposamente ilustrada por um vídeo repleto de lágrimas] ao caro Dr. Phil, mendigando a sua ajuda para resolver o meu [suposto] problema maternal (??!) [expondo-lhe os meus receios de uma infância traumatizante agora reflectida na insensibilidade à vista]. Mas não vivo, não vou em cantigas, não tive "desses" problemas enquanto miúda e, muito menos, anseio [consciente e inconscientemente] pensar e/ou sentir de outra maneira.
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Resultado? Apoio e respeito todos quantos pensam, sentem, percepcionam e se emocionam de outra maneira [mais normal, digamos]. Mas não me exijam nem julguem [embora tal pouco me afecte, para ser sincera], por não ver a mesma cor que muitos vêem, por não gostar do mesmo paladar que a maioria pede para repetir, por ser sincera e não hipócrita, porquanto falo pela minha boca e dou voz ao que me nasce cá dentro, quando não me revejo no papel estampado nos vultos maternais com que deparo.
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Que sejam muito saudáveis [desejo sincero de médico] e extremamente felizes, é o mais que posso ambicionar [e creiam que escrevo com honesta verdade]; porém, continuarei [no mundo frio em que dizem que vivo] sem me "aternurar" ou desejar estar no seu lugar. Talvez assim [embora não seja este o motivo que me retrai (já que retracção alguma existe, aliás)] poupe o resto da humanidade a rebentos irritantes como eu.
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11 de abril de 2007

Sol e chuva no centro da gente

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Esta coisa do Sol e da chuva, da Primavera já não ser o que era, de não haver Verão senão por uns dias despropositados num mês estranho, do Inverno ser a estação dominante e triste deste país, não podia estar mais longe do meu pensamento. Na verdade, pouco me importa que chova torrencialmente, esteja um Sol abrasador, amanheça sem vislumbre de brilho no horizonte, persista o nevoeiro todo o ano e, apenas por instantes, o mar se acalme a poucos passos da minha porta. Grande parte do valor que se atribui a todas estas forças motivadoras, vem, no fundo, de um interior repleto de pensamentos, emoções e sentimentos [de tantas cores e feitios], que se eleva acima de tudo aquilo e se impõe, cresce, brilha. Pobres ouvidos dos mestres que me tentaram mostrar o poder da luz, do perfume das flores, da maresia… ardem, queimam, certamente, ao pressentir no ar estas minhas palavras [aparentemente] redutoras, simplistas, desvalorizadoras da magia de tudo quanto pulula ao nosso redor… e da sua subtil importante influência no estado de espírito, na tomada de decisões, no calar do choro, no abafar da dor. Ardem, não duvido, contudo podem acalmar-se os seus espíritos; não reneguei por completo os seus preciosos ensinamentos. Olho, isso sim, de uma perspectiva mais realista para o que neles se lê nas entrelinhas, para, assim, perceber o porquê de ouvir seres humanos como eu e tu, muito mais iguais do que diferentes do Eu que vive cá dentro, dizerem [de alma partida e coração remendado], que não é um raio de Sol a solução para a sua angústia. Uma ajuda? Admitem que sim. Simplesmente sabem, porque sentem [e quem sente não mente, não disfarça, não dissimula], que a tristeza que carregam perdeu o registo de nascimento e deixou que se extraviasse o mapa que conduziria ao fim da deambulação dentro de si.
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No centro da luxúria e da falta de nada que tantos desejam sem, jamais, alcançarem, olho ao meu redor e, estupidamente, sem motivo que consiga explicar com palavras inteligíveis, inundada por uma razão irracional e, decerto, errada e questionável, encontro um, dois, três escapes desta existência que não reconheço. Escapes. Não soluções. [Os sóis dos meus doentes?]
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Perder-me nas palavras que escrevo [aqui, além, num bloco amarelado pelo tempo, na alma e no sentimento] e nas muitas que leio quando me não pesam os olhos [e tanto mais… ou tanto menos].
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Afogar-me no esquecimento da real vivência, treinando um corpo que não consegue estar parado; que precisa de correr, pedalar, saltar, esticar ao máximo o mais pequenino músculo… para se esquecer de si. E do que repousa […] algures, longe da vista, perto do [meu] coração.
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E tocar ao de leve os contornos de um vulto [real, ali mesmo, perto], sentir o odor da sua pele e do perfume [mescla indescritível de sabor inconfundível], mergulhar no olhar imutável que lhe nasce nas linhas do rosto [para sempre reconhecível na multidão, mesmo quando (ou se, um dia) não mais for do que um, na vastidão de faces], ouvir o olá [quero crer] sincero e… dizer nada ou tudo quanto sombriamente espreita sobre o ombro do meu sentimento, apenas porque sim.
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Pequeno post

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"Aquele que fica entre a cebola e a sua casca, recebe apenas um mau odor."

Sabedoria popular iraquiana
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8 de abril de 2007

Outrora lido

Não para preguiçar e escusar-me a deixar fluir as minhas ideias; antes, apenas para transcrever partes de pensamentos e sentimentos passados para o papel algures no tempo por outr'alguém. Detalhes de leituras sem fim que por vezes regressam ao presente como se nunca o houvessem deixado, para repousar na memória.
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"A última coisa que quero é um engate verbal e não quero alimentar a opinião geral de que as mulheres americanas são «promíscuas», ao discutir um comportamento típico na minha cultura e não nesta. Mas corro o risco e digo a Otman que o meu último namorado era dez anos mais novo do que eu e que era muçulmano.
- Não correu bem - acrescento.
Otman faz apenas uma pergunta, mas diz-me que estava certa ao confiar na sua sensibilidade:
- Amam-se?
Olho pela janela para os intermináveis edifícios com a mesma cor de areia que vai deslizando por nós. Não quero que Otman veja as lágrimas que me vêm aos olhos. Sinto falta de Amir constantemente, quando não estou a entrevistar alguém ou a estudar árabe ou a fazer jogos de sedução na piscina; sinto a falta dele nos meus sonhos que me fazem acordar com lágrimas.
- Sim, acho que sim, mas acho que não há esperança.
- Se gostam um do outro, não há problema."
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[Ann Marlowe, O Livro da Inquietude]

4 de abril de 2007

Passagem de umas folhas que escrevi

Era um casaco pesado, carcomido pela traça, os cotovelos já bem marcados nas longas mangas outrora de um preto retinto, aquele que cobria uma figura de mulher, descuidadamente sentada no esguio banco de pernas altas, igual a tantos outros de outros tantos bares de terceira categoria. Sob uma luz sem cor definida [oscilando entre o vermelho sangue e o amarelo doentio], os seus contornos fundiam-se com o fumo dos cigarros, esquecendo-se de que, noutros dias, de um tempo diferente, compuseram uma acompanhante de luxo. Sentada ao fundo da sala, pestilenta pela mistura de odores – dos charutos baratos ao whisky mal destilado –, sentia no ar o perfume sem nome dos homens doentes e sem graça, o odor forte dos baralhos de cartas bolorentos, o calor de um compartimento pouco arejado que vivia de noite e se arrastava pelos dias.
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Diante das mãos envelhecidas [já não desfrutava de um creme fino havia mais tempo do que gostaria de ter visto passar], um copo a meia carga que observava desde que lho entregaram, bruscamente, sem maneiras. Perscrutava, de si para si, sem sequer mexer um músculo, respirando pausadamente, os caminhos já percorridos, os sabores mesclados de quando gostava de si, os magníficos serões na luxúria e opulência de suites requintadas. Por instantes, percorria o passado e regressava, a pique, ao presente. Arrepiava-se ao reparar nas roupas gastas e sem brilho que exibia, enojando-se da maquilhagem irritante que já não dispensava [vã tentativa de encontrar cor onde apenas tinha morada o negro da apatia]. E mais se perdia no líquido amargo, quando, das colunas bichentas com fios traçados, pressentia os versos conhecidos de uma canção vinda de outra vida… Ou desta.
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Who oo am I, what and why
Cos all I have left is my memories of yesterday
Ohh these sour times.
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Quem era e como se perdera? Apenas uma história viva e controversa, vagueando sem saber que se distanciara de casa.
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