26 de outubro de 2008

Domingo

Vim só escrever qualquer coisa, linhas para passar o tempo na manhã fresca que lá fora acorda, de hora renovada, de luz diferente, de cor igual, de motivação fugida. Bem que podia ser um dia diferente. Bem que podia fazer um trabalho diferente. Bem que podia deixar este meu que agora apenas me agonia e em nada me faz ser mais... pessoa.

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19 de outubro de 2008

De volta não sei bem (para) onde

Voltamos de um sítio fora deste mundo, próximo de nós e mesmo mesmo ao pé do nosso sentir. Voltamos os dois e aqui continuamos agora, no nosso caminho de sempre, na nossa vida singular. Voltei eu para tanto que nada me diz. E repouso na imensidão que me aconchega o sono.
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8 de outubro de 2008

As complicações dos outros que nos querem impôr

Há centenas de coisas pequenas e irritantes que importunam o caminhar e incomodam mais do que uma pedra no sapato do hipersensível. Coisas que não têm nome e que apenas chamo assim, recorrendo-me da vulgaridade do substantivo e da banalidade do seu significado vazio de conteúdo, à falta de melhor, à falta de vontade de as descrever na sua inutilidade existencial. Não sendo talhada em papel nem esculpida em cera no deserto, convivo com elas e resmungo intensamente com a sua decadência diária, porém uma ou outra mais pequenina e traiçoeira, volta e meia trocam as voltas a este cérebro e quase o fazem abandonar a escrita e esse futuro que um dia pode ser; e que será de palavras em papel e histórias na lembrança. Assim aconteceu.
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E no mesmo repente assim desapareceu e novamente surgiu. Afinal, tenho argumentos para o filme escrito mais atribulado e sentido de que há memória no meu punhado de neurónios de retenção de acontecimentos, cheiros, pancadas e caminhos.
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Tenho os argumentos imaginados e aqueles outros reais, de uma vida já una de duas independentes pessoas, que querem que se destrua em nome de valores deturpados, juízos falseados à partida, sentimentos incompreendidos e ataques subtilmente directos à mais genuína das intenções - a de perpetuar essa respiração a dois num mesmo compasso de objectivos.
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E como o que lhes digo é que tocaram no mais fundo do meu ser, abrindo a mais dolorosa das feridas, mas sem abalarem minimamente a minha convicção bem formada e certeza inabalável, resta-me concluir pela vontade de guardar todos os percalços que me colocam por diante; assim contá-los-ei um dia com o orgulho de ter dado primazia à genuinidade do sentimento. Porque o Deus que pensava ser único e transversal, mas que afinal me querem fazer crer ser de outra maneira, conversa comigo e diz-me que todos com ele falamos, logo não importa a cor da pele e o prato preferido.
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E sei que te diz o mesmo. Portanto eu continuarei a ser a branquelas e tu o terrorista, adormecendo no silêncio da nossa cumplicidade.
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5 de outubro de 2008

XXVIII

Alento?
Num número.
Numa esperança de um dia destes passar a adormecer sempre um pouco menos pesada.
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