28 de novembro de 2006

No vidro


Para mim não há mistério, dificuldade conceptual ou dissertação pseudo-filosófica alguma. Meio cheio? Meio vazio? Cada qual que veja o copo como quiser, ou antes, como tiver aprendido a ver ao longo do tempo [sim, porque isto de ver não é assim tão linear como possa parecer à primeira vista… era bom que só os olhos bastassem…]. Na realidade, o que tenho por diante, nesta mesa de esplanada de Inverno, é um copo que alguém encheu até metade da sua capacidade ou esvaziou até ao mesmo ponto.

Chamas-me pragmática, directa, rápida de decisão. Serei isso tudo e, quiçá, muito mais. Ou serei até nada do que te passa agora por essa cabeça confundida. Porém, crê-me quando te questiono, retoricamente, se algum dia chegaste perto da resposta; qual surgiu primeiro, o ovo ou a galinha? E, crê-me também, se ousares ir contra os paradigmas, que nem todas as buscas incessantes de respostas são, só por si e pelo simples facto de te levarem a pensar como jamais imaginaste, jornadas de superior valor intelectual, emocional, sentimental, ou lá o que queiras acrescentar a esta adjectivação que me cansa. Há demandas que nos envolvem e que até somos capazes de levar até ao fim, mesmo sem chegar a sítio algum. E há aquelas que não vale a pena empreender [e não falo de derrotismos por premonição].

Não sejas uma personagem transparente; presa às migalhas que te atiram ao jantar, enquanto te escondes debaixo da mesa.

27 de novembro de 2006

Depois



Depois da morte do artista, ficam por cá os textos, as pinturas, a argamassa moldada que um dia imaginou, sentiu e permitiu que conhecêssemos. Depois da morte do artista, as frases ganham novo sentido, os borrões de tinta são claras declarações de pensamento e o ferro retorcido uma dança harmoniosa suspensa no ar.

Pois, depois da morte do artista, quando não mais poderá seduzir ou espantar com os seus arrogantes, incómodos, tristes e por vezes banais, sonhos transpostos para a realidade.

E, às vezes, imagino como seria se alguém lesse no futuro [porque de borrões nada percebo (presente triste, este) e de trolha pouco ou nada tenho (agora)] o que escrevi num qualquer dia então longínquo e totalmente desconhecido para a singular personagem que tivesse tal ousadia. Como deveria ecoar ruidosamente na sua cabeça! Como deveria soar-lhe estranho toda a palavra e texto em que deixasse os olhos pousar. Certamente faria caretas hilariantes [não nego que gostaria de as apreciar, lá onde quer que estivesse]. E, certamente também, veria de outro modo o que eu agora vejo [acontecimento recorrente mesmo agora, já que falo nisso] e pensaria para consigo onde nasceria tamanha turbulência e peso [mental]. Afinal, como poderia não haver relatos de passarinhos chilreando, arco-íris numa manhã de piquenique, fins de tarde quentes à beira mar? Meu caro, só me ocorre dizer se poderei dar uma resposta satisfatória enquanto ainda estou no presente que duvido vir a ser futuro lido? … Bem, por que não? Sim, é verdade, por que não deixar os pontos nos is desde já e poupar trabalho a quem um dia, ocasional e tristemente, perdesse tempo com estas palavras?

Simples: Quem rabisca folhas, pintalga a bata de todas as cores ou fere as mãos no metal, não quer justificar o que faz ou escrever prefácios às suas divagações instantâneas. Quer apenas qualquer coisa sem querer ser diferente ou especial ou notável ou importante ou recordado. Quer somente um momento seu.

26 de novembro de 2006

De costas para o quarto

Devia estar noutra realidade. Sim, devia.
Devia.
Mas, cada vez mais, havia dias assim; estranhos, diferentes, vazios de uma qualquer coisa inominada, sem [o tido como] eterno horizonte por diante.

Pegava então naquela grande e quente camisola de Inverno, pontuada ainda pelo perfume de outros dia e tantas vezes aquecida pela lenha seca, emanando aromas de uma mata agora morta.

Sentava-se assim, de pernas cruzadas diante da grande porta de vidro, tendo por companhia aqueles castiçais comprados por acaso, de passagem, numa rua movimentada, distante, algures num lugar diferente, um pacote de bolachas que acabava por nem sequer abrir e um copo de uma bebida sem cor e sem sabor que jamais deixaria o vidro esguio.


E ali ficava.
Devia estar noutra realidade; passar aqueles incontáveis minutos de outra forma. Sim, devia.
Mas, cada vez mais, havia dias assim; em que apenas apertava os joelhos contra o peito e olhava lá p’ra fora.

23 de novembro de 2006

Perdidos e achados

Será que ainda anda por aí?
Procurei mas não encontro. Levantei os tapetes poeirentos, revolvi a terra dos vasos secos, sacudi todos os panos que servem de cortinas improvisadas às janelas empenadas. Olhei, até, bem lá no fundo, sob as tábuas bichentas do chão. E nada. Nem a mais pequena pista.
Desci à cave esquecida, na vã esperança de ver com nitidez na escuridão bafienta.
O sótão? Revistado com a lupa do detective dedicado. Mas outra e outra vez, nada.




Perdeu-se.

To sleep or not...

Desilusão.
Apenas e só, desilusão.
Daquelas que tiram o sono sem ansiedade, sem dor especial, sem nada de nada.

As palavras perderam-se, caminhando errantes por ruas escuras e firias que adivinho lá fora, num lugar desconhecido que existe, algures. Recusaram ser corpo do pensamento, deixando-o vazio de tudo, inexpressivo. Nenhuma tem já razão de existir para além da recordação de que um dia foram mais do que uma lembrança.

As ideias perderam o brilho da novidade e nada mais são do que vestígios esbatidos de "Eurekas!" sem sentido, varridas pelas lágrimas que caem do céu, das nuvens que ninguém vê na escuridão mas que todos acreditam pairar lá no alto.






E ficou apenas e só, desilusão.
Daquelas que tiram o sono sem ansiedade, sem dor especial, sem nada de nada ou qualquer coisa menor.

Resta a ausência em si e por si. Em redor, somente um arrepio sem emoção. Uma réstia de imaginação sem futuro e de presente ausente.
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Porquê?
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Simples: desilusão.
Apenas e só, desilusão.
Daquelas que tiram o sono sem ansiedade, sem dor especial, sem nada de nada e com tudo para deixar pesadas as pálpebras esgotadas.

21 de novembro de 2006

Fragmentos

Já há tanto tempo ali e o cérebro ainda prega partidas. Por vezes, esquece o presente e usa as ligações antigas, aquelas que nasceram num outro lugar e por mão de outra gente. Aqui, os carros circulam ao contrário. Cuidado.

Ao som de músicas de sempre e de tantas que nada perdia em ouvir pela primeira vez, esperava, sem [querer ter] pressa, uma oportunidade para atravessar a avenida. Era apenas uma estrangeira num lugar que vivia da diferença de cores, gostos, feitios, estilos, esperanças, trabalhos e desejos. Um alguém nascido noutro sítio qualquer, que percorria agora as ruas movimentadas e ruidosas lado a lado com novos e velhos; ali crescidos ou por ali perdidos e achados por algum motivo. Ou até sem ele. Apenas, porque sim.

Perto do semáforo, uma indicação. "Aeroporto" [na sua língua ainda não esquecida], não raras vezes, senão mesmo sempre, despertando uma recordação. A lembrança do dia enovoado e fresco da partida. Os cuidados no check-in para evitar aborrecimentos, as caras que não quis ver nesse dia por não saber o que lhes dizer [quer falasse, quer apenas as olhasse], a perda que não deixou de corroer cada pedacinho de si ao levantar voo. Uma recordação, uma lembrança.

Ah! Finalmente! Tinha perdido já duas oportunidades para chegar ao outro lado da rua.

Ia em direcção a casa. Umas horas na "baixa" tinham rendido uns quantos livros para entreter a cabeça imparável, escolhidos [será? ou teriam sido eles a chamar pelo seu nome na montra, na estante, na mão de um leitor entusiasmado?] ao sabor do aroma das milhentas páginas das livrarias. Era preciso agora lê-los, disfrutá-los, imaginá-los de todas as formas, sentir o que não dizem.

E era o que ia fazer, nas horas de fuga naquela casa grande [não importa se assombrada ou entendida como vazia de mais gente] que fascinara todos os seus sentidos ao chegar ao seu pé pela primeira vez, como continuava, ainda, todos os dias, ao acender a lareira do quarto, deitar-se de bruços no tapete felpudo e olhar o fogo crepitante.
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Simplesmente isto.

19 de novembro de 2006

Crescendo

Acordar.
Passar o dia.
Sem sobressaltos, sem novidades.
Sem gente diferente, sem gente conhecida.

Deixar crescer uma espécie de conforto.
Uma espécie de nada, que toma conta das margens da incerteza.


Now we are free, Lisa Gerrard

17 de novembro de 2006

Pós de aroma

Como uma tatuagem de Hollywood, gravada pela minha pele naquele tecido macio, onde deixei tombar a cabeça pesada, mas vazia de muito.

Uma, talvez, marca com tempo para ser tocada e momento para desaparecer, devagarinho, sem pressa, ao chegar da madrugada, ao romper do nevoeiro da manhã. Uma quase gravura, sem relevo, sem marca de cinzel. Uma espécie de pintura de mil e uma cores, cada qual contando uma história [a sua história, sem saltar passagens, sem esquecer os recortes dos sorrisos nem os campos de lágrimas] de brilho e saudade. Um singular acorde serpenteante, flutuando na seda e levantando voo, rasando os meus ouvidos e deslizando até à foz do meu pensamento adormecido.

Como essa tatuagem [efémera e evanescente].
Foi o teu perfume.
Enquanto adormecia.
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Almost Unreal, Roxette

14 de novembro de 2006

Falando com pedras sagradas

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Pois, claro.
Não é que queira afastar uma crença imposta [porque não o foi, nem é] ou sequer pretenda mudar de credo [não faria sentido, porquanto visceralmente parte de mim]. É apenas um desabafo sem sentido e sem sentimento duradouro. Diante de quem? De mim e de ninguém mais. Apenas, aqui, eu e pedras seculares gastas pelo Tempo, pelas mãos que as poliram, pela chuva que as domou, pelo frio que as rachou, pelos lamentos intemporais que acolheram sem quebrar o silêncio. Também aos meus ouvidos nada dizem e aos olhos apenas cegam quando o sol chega ao meio-dia. Nada mais.




Mas ouvem.

Escutam quando lhes digo, sem querer acordo nem crítica, num instante de incerteza [parece-me que] humana, que, sendo tantos, certamente não poderemos ser agraciados sem fim. Não, não tenho [ou não devia ter] motivo real para choro [mimado]. Tenho antes fraquezas e desilusões, como tu e como o desconhecido que me olha, espantado, do outro lado do canteiro [figurinha estranha a que devo estar a fazer...] . Momentos de egoísmo, em que o desejo de ser um pouco mais do que os demais devotos, chega sem convite e entra sem pedir licença. Instantes de irracional vontade de ter o que todos desejam, de acreditar que talvez merecesse esse chocolate no sapatinho, de chorar sem [querer?] perceber como pode a minha existência ter sido esquecida, de cair por terra ao entender que, na verdade, não há por que ter esse anseio. Afinal, nada mais tenho ou fiz ou contribuí do que essas demais gentes. O que apelido, nesses momentos, de sacrifícios, sei [porquanto sinto e penso e reconheço...] que o não são; foram, antes como agora, opções, logo caminhos percorridos de livre vontade que não abonam a meu favor nesse choradinho. O que vejo, nesses instantes, como detalhes que diferenciam, sei também serem peças de prêt-à-porter e não criações de haute-couture.

E continuam a ouvir.

Mesmo quando lhes rogo pragas de ocasião pela ausência de palavras [… bem, palavras que ainda duvido se gostaria de sentir entrar na minha audição tantas vezes fechada].
Mesmo quando lhes sussurro o que me dizem em bom som as vozes dos humanos. “Tem fé, minha filha. Acredita que não hás-de ser esquecida.”

Pois, claro.
Uma e outra vez digo que não quero negar o que me fez crescer.

Porém, a revolta surge sem que tenha controlo. E os pensamentos brotam lado a lado com as emoções. Da coincidência… nasce a descrença [talvez mais na parte humana?]. A certeza da impossibilidade de ter um lugarzinho especial numa qualquer nuvem [ou até num beco bolorento no Inferno, tanto me faz o espaço físico e, honestamente, quem é o chefe na matilha, se veste branco ou vermelho, se ostenta um ceptro ou uma coroa de fogo.].
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Alguém se esqueceu de mim.
Ou talvez seja tudo parte de um plano qualquer que ainda não fui capaz de perceber [limitação (triste?) da raça em que nasci].
Já não há desconhecido olhando de soslaio.
Já não há Sol de meio-dia.
Quase que arriscava dizer que ouvi um burburinho vindo das pedras cinzentas.

Talvez seja apenas o bater acelerado de um coração que carrego.
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Desculpa... [se] exagerei...
Temo um sono de terror se não reconhecer a estupidez do que pensei.

12 de novembro de 2006

Conversas sem diálogo

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Estava quente naquela tarde, não te parece? Estava assim como que um Sol vindo de outro Universo, queimando a pele habituada ao tempo ameno. Sim, um Sol que entrava por todas as brechas no cimento e abria caminho por entre a mais densa folhagem... Lembras-te de cerrar os olhos, encostar a cabeça ao muro e dizer que não querias mais o aperto que tinhas no peito? Que não tinhas como afastar de ti o que te matava devagarinho, dia-a-dia e cada dia mais e mais. Lembras-te de deslizar, lentamente, até ao chão marmóreo aquecido e luzidio? Tinhas o perfil da desilusão; o olhar fixava um horizonte distante sem nada ver e seguia, por vezes, exércitos de pequenas formigas apressadas. Talvez só eu recorde. E só eu lembre a expressão gelada que via naquele corpo, ali sentado, com vida mas sem esperança.

Em pé, sem saber se querias ouvir o que te queria dizer e hesitando perante as palavras que sentia cada vez perto de te gritar, ali fiquei. Não dava um passo, não estendia uma mão. Apenas olhava a emoção perdida que já não querias resgatar. Somente olhava o mesmo horizonte vermelho. Esquecia as horas e percebia que as histórias de criança, as fábulas encantadas e todas aquelas personagens de outros tempos, nada mais eram do que isso mesmo. Pedaços de outros momentos, irreais, verdadeiros no primeiro instante e depois esfumados. Percebia pelo simples adivinhar do bater do teu coração. Dorido.

E a lágrima espessa e cristalizada pelos raios vindos lá de cima, a última que te vi derramar, falou mais alto e mais claro do que qualquer ensaio.

Não sei se te lembras dos pormenores que ficaram gravados na pedra da minha memória.
Eu? Lembro-me de ver-te olhar uma última vez a bola de fogo desaparecendo na água, sacudir o pó cravado no sal da lágrima solitária, levantar o corpo recostado e, de olhos perdidos num mundo distante, partir.



Stay on These Roads, A-Ha

9 de novembro de 2006

Desperdício





Não foi tempo meu.
Não foram horas nem minutos que tenha sentido como meus. Não chegaram a mim verdadeiramente.


Foi antes como se flutuasse sobre o chão que parecia pisar, como se as faces que via não estivessem de olhos abertos, como se o Sol, a Lua e tudo quanto se mostrava à luz do dia ou no sossego da noite, fossem uma realidade distante.

Foi tempo de correria, de sensações contraditórias, de vida sem ar.
Foi tempo contado em meses, de perder dias.
Sem saber se valeu a pena.
Ainda.

5 de novembro de 2006

Leituras

Eram de longe.
Do mar traziam
o que é do mar: doçura
e ardor nos olhos fatigados.

Eugénio de Andrade
Só.

4 de novembro de 2006

Sentido

Não, não é bairrismo descabido, desmedido, sem razão.

É, talvez, apenas uma música e letras sentidas, que ecoam no peito com um orgulho despretensioso e transformam num sorriso aquela lágrima pequenina.

É, talvez, apenas uma música sem dono e com tantas vozes quantas os corações da minha cidade.

É, talvez, apenas uma letra que, outra e outra vez, deixa novos e velhos sem outras palavras naquela sala de rostos iluminados e, que por um momento, esquece diferenças e disputas.

É, apenas, Porto Sentido.

3 de novembro de 2006

Nas horas de dormir


Lembras-te daquela tentativa de festa de pijama? Daquele serão que começou já não sei como, e que acabou em conversa sobre nada? Daqueles sorrisos sem fim e gargalhadas imparáveis vindas de cima do sofá, do tapete felpudo, das almofadas voadoras?


Há quanto tempo...

2 de novembro de 2006

Baixinho ou não

Em sobressalto. Foi mesmo assim. Acho, apesar de tudo, que sem saltar, derramar petróleo de um qualquer candeeiro ou rachar a cabeça na esquina da mesinha. Mas com um abrir de olhos rápido e decidido, isso sem dúvida.


Que raio de sonho. Que história estranha. Que sucessão de agoras e depois.

Três da madrugada e o sono pára assim; estanca para se poder voltar à realidade e ao confortável escuro daquele quarto.
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Pára e chama por ti. Numa voz rouca e sussurante, procura a tua sombra nas trevas do pesadelo e da noite inacabada.



1 de novembro de 2006

SonhoVivendo

É.
Foi mesmo.
Outra noite.

Entretanto acordei. Não chovia nem havia nuvens dignas desse nome lá em cima. Na verdade, apenas avistava um nevoeiro estranhamente quente quando perdi o olhar encostada àquela porta de vidro transparente.

Era uma manhã igual às tantas que tinha já sobre os ombros. Ouvia alguma coisa, algum ruído conhecido, alguma voz distante? É bem provável que sim, mas não há memória desse momento, igual, afinal, a tantos que pesam também sobre as costas tristemente curvadas. Curioso que ninguém as tivesse ainda visto e tentado, até, endireitar. As pessoas andam distraídas. Deve ser isso. Só pode ser isso.
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Começava outro dia do ano civil [pelo menos para quem acorda àquela hora. Para outros tantos, podia ser já o fim das horas de vigília.] e era preciso agitar as ideias, refrescar a cabeça, ligar a ignição e começar a pensar. E pensar a sério, porque durante o sono... o pensamento foge, esconde-se, brinca com a inteligência, prega partidas à razão e à fantasia também.
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Era uma manhã igual às outras e começava um novo dia como previa a ordem das coisas... Engraçado, para onde foi esse dia? É já noite outra vez.
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Está escuro lá fora. É hora de fechar os olhos e deixar a fantasia regozijar-se com as brincadeiras que [agora] preparou para a razão e para o pensamento rebelde, matreiro [qual raposa na clareira]. Afinal, é assim que nascem os sonhos [e os pesadelos, já que falo disto].

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Queres brincar também? Olhar bem lá no fundo de não sei bem onde e tentar perceber onde está escondida a inteligência, onde dança a ilusão e se perde a razão num poço de fantasia?

Não sei se é possível.
Nem eu sabia que era assim que se vivia durante o sono.