12 de outubro de 2006

Road to nowhere

Era apenas viver ou estar neste mundo, não sei qual das expressões usar, se alguma é certa, acertada, correcta. Era, dizia, apenas andar por aí num engano. Numa ilusão do tamanho do desespero de se saber errado. Vaguear no que apelidaram de tempo para ser humano, sentindo a realidade verdadeira.

Qual?
Mas há mais do que uma verdade?
Sentido cristalinamente que só lhe faltavam os interruptores alinhados no dorso para ser uma daquelas máquinas do filme. Igual a tantas outras. Afinal, não era nem tinha nada que tornasse a sua supsota existência [sim, porque isto de existir não é assim tão linear...] especial.
Querê-lo-ia?
O quê? Ser especial? Talvez não. Mas porque não podia sê-lo mesmo sem ter pedido?
Era apenas mais um vulto na multidão. Não digo espectro [poderia ferir olhos sensíveis com tal palavra do demo!], porém talvez se sentisse um pouco assim; trespassável, impalpável, desvalorizável; e nada assustador [nem isso...].
Credo! Tanto negativismo?
Será? Já esquecemos que só há uma verdade?
Sabendo, enfim, que mais não era do que um nada entre nadas que se julgam muito, esticando-se para chegar mais alto mesmo sem saber porquê e chegando a lado nenhum apesar de caminharem muito e durante um tempo que o coelho já deixou de contar.
Sabendo, sim, agora sabendo e sem que lhe tenham bradado baixinho por entre as brechas do coração, que é um (sobre) vivente [quanto ao sobre tenho dúvidas...] que pensou e quis mais do que era suposto.
Apenas.
E só.
E sem música de fundo.


2 comentários:

jumpman disse...

Será assim tão igual a outros, tal máquinas de um filme conhecido?

Talvez seja mais fácil aceitar isso do que louvar a diferença. Não por vergonha ou medo. Mas talvez fruto da sociedade onde vivemos onde acabamos todos por, por vezes, parecer autómatos.


"(..)que pensou e quis mais do que era suposto."

Que seja sempre assim.

***

Ahh.. Gostei da nova "decoração" ;)

Jo disse...

Ás vezes torna-se difícil distinguirmo-nos no seio da igualdade, tantas são as máquinas que andam por aí. No entanto, eu acredito que todos deviamos prezarmo-nos mais individualmente porque só assim poderemos (sobre)viver felizes.

Adorei o texto...tem um ritmo excelente, fluído.

:D
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