13 de maio de 2007

May 13th

Sabes que dia é hoje?
Para muitos, apenas mais um Domingo de uma Primavera oscilante entre pingos de chuva e raios de Sol impiedosos, que vivem indiferentes ou alentados pela crítica fácil do que não percebem, nem procuram conhecer.
Para outros tantos, o dia do silêncio mágico e da conversa reconfortante com um mundo à parte, fruto da crença, da devoção [mas não do fanatismo ou das rezas interesseiras nascidas de um coração que não pensa, porquanto tal ronda a vulgaridade e denigra o verdadeiro sentido de acreditar em algo mais].

Para mim, um Domingo de Primavera que começou chuvoso e agora se abre à luz que caminha vinda do mar. Porém, também um dia em que, à distância, recordo os inúmeros rostos alegres e faces desfiguradas pelo desespero, que vi, ao longo de anos, sob um Sol abrasador ou lutando contra um frio cortante, agradecendo dádivas de vida ou entregando um pouco de si num pedido de ajuda sincero e sentido. Revejo gente de todas a cores e línguas partilhando um sentimento. E reitero, talvez apenas a mim própria, aqui, numa cidade diferente e com o mar por companhia, que jamais importunarei o meu Eu para que tente explicar que não se trata de uma beatice que me impingiram e que, qual conformada e não pensante, tomei por verdade e assim mantive.
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Nada peço agora para mim, salvo talvez uma pequena lembrança de que respiro, muito embora reconheça não ser merecedora dessa insignificância.

Prefiro levantar mais alto os nomes dos que me são próximos.
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5 comentários:

Idiota disse...

Num ímpeto tresloucado e meio insano fez-me pela primeira vez testemunhar uma fé de tantas pessoas que eu não compreendo e não sei se partilho...
Os rostos, as pessoas e o ambiente eram francamente desconsolados. Cansado atrevo-me a dizer: Foi um balanço de algo feio. Talvez ainda venha a mudar de opinião... Estou cá para isso mesmo...:)

Maria José disse...

Como em todo o lado, há de tudo. O que prefiro? O silêncio que me aproxima de mim.

jumpman disse...

E poderá ter sido um Domingo onde esse silêncio mágico e a conversa reconfortante falaram mais alto e trouxeram um pouco de paz de espírito a quem a procurava.

Angell disse...

A fé é uma arma psicológica, para quem a sente. Acredito na sua força. Cada um tem a sua forma de senti-la. Para mim, invés do boliço, dos murmúrios, das vozes fervorosas; escolho o silêncio, comigo mesma; num qualquer lugar que a isso me inspire. Perdida em pensamentos, só meus.

Bjs!

Anónimo disse...

Hoje decidi mesmo comentar...

É complicado falar sobre a crença em algo que quem sente forte diz conhecer. Eu fui educado de forma a tentar conhecer essa fé. Durante anos fi-lo, hoje não o faço, simplesmente porque acredito no HOMEM, na sua força, na sua vontade, nas suas potencialidades. Aprendi comigo a contar apenas com isso, comigo.

Embora nunca tenha posto em causa a "validade" da fé daqueles que me rodeiam, ou de todos os que a têm (não falo só em católicos), custa-me a aceitar certas coisas. Ir a pé a Fátima é uma delas. Acho-o um acto de puro egoísmo. Ajudem quem precisa, gastem as suas energias a fazer o bem!

[gosto do teu blog]