26 de fevereiro de 2008

Sombras que são

Olhos entorpecidos, corpo dorido ao fim do dia, cabeça vagamente acordada, ainda ouvindo, talvez percebendo partes de conversas e certamente cansada. No fundo, como que um latejar lento e miudinho ecoando no fundo do pensar, configurando aquela sensação de sono que chama e puxa e obriga a deitar. Músculos tensos, pequenas covinhas negras sob as pálpebras, fazendo dos olhos duas luzinhas na escuridão, cabelos irritadiços e hipersensíveis. Ao toque, ao vento, às palavras.
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Um abraço forte, um deslizar de mãos abrindo fendas no betão que parecia circundar cada pequeno músculo. Um massajar das fontes e relaxar da vida. Desligar e esquecer o que parece então tão longe daquele lugar.
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É assim que o dia deve acabar.
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É assim que a noite chega e o sono pode ser tranquilo.
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Dorme bem.
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9 comentários:

Anónimo disse...

É assim que acaba o dia de quem vive em consciência, onde energias são consumidas, onde tentamos salvar vidas, mas tantas e tantas são as vezes que elas nos fogem por entre os dedos e, ai fica o sentimento de revolta, pela injustiça da perda.
O corpo, reflexo da alma, procura um momento de sossego, recompondo-se para um acordar onde de novo tudo irá começar...

Chris disse...

hummm perfeito...

(:
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Anónimo disse...

DOCE É O FVO QUE POCURAS PELA VIDA A FORA...MAS AQUI E AGORA NÃO HÁ SABOR EXATO..HÁ APENAS O FATO

Idiota disse...

Li, saboreei e dormirei. :)

Anónimo disse...

Passei, aproveitando uma via ao acaso. Continuo a apreciar a tua forma de registo. Parece fria, parece matemática, parece...Deformação profissional? Dos teus considerandos emana uma sensibilidade enorme!

Alma Nova ® disse...

No final de mais um dia, a mente pede o descanso merecido, a consciência quer adormecer...e bem no fundo dos olhos, o sono chega. Um abraço cumplice abre fendas na defesa...e soltam-se os sonhos num abrir e fechar de olhos.

O Profeta disse...

Gostava de acabar todos os meus dias assim...


Nos umbrais do pensamento
Mora o desejo no limite da razão
Roubando os segredos do corpo
Lançando ao vento a emoção

Uma rosa breve guarda a beleza
O amor é orvalho de feliz pranto
O horizonte é o começo do infinito
A chegada de uma onda é alegro canto

Convido-te a sentir o beijo da chuva

Bom fim de semana


Mágico beijo

Shelyak disse...

Tão tranquilo...
Tanto de simples como de bonito...
Beijinho

Oliver Pickwick disse...

Um "mais um dia" tão perfeito quanto utópico. Decerto, um dia chegaremos lá.
Beijos!