Cheiro incrivelmente hoje. Cheiro a ti, ao teu perfume, aquele que se sente metros antes de te ver por trás do sol, revolvido pelo vento que nem sinto, somente cheiro. O perfume que se entranha enquanto adormeço, perto de ti, como se o corpo ficasse leve das coisas inúteis e pudesse simplesmente, descansar. É assim que fico a cheirar incrivelmente bem. A ti. Que és perfume de essência e de corpo.
24 de junho de 2010
6 de junho de 2010
Há cheiros e cores que lembram coisas que passaram, daquelas que aconteceram e são recordadas, vá lá, porque alguma memória conseguiram criar, mesmo se nada mais se fez no momento senão olhar de esguelha para o prédio da frente ao sentir o chapéu voar no terraço, na vã esperança que ninguém veja o incauto acontecimento. Há então odores e sombras que fazem dessas lembranças, nao sei muito bem porquê, nem tão-pouco para que regressam e regressam. No fundo, prefiro que cheguem recordações que ainda não aconteceram, à amargura de ter deixado um detalhe passar despercebido. Talvez aquele desejo de ser mais e melhor e completamente diferente, sem perder o eu. Impossível conquista. Realidade ao virar da esquina. Alguém condena?
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