6 de junho de 2010

Há cheiros e cores que lembram coisas que passaram, daquelas que aconteceram e são recordadas, vá lá, porque alguma memória conseguiram criar, mesmo se nada mais se fez no momento senão olhar de esguelha para o prédio da frente ao sentir o chapéu voar no terraço, na vã esperança que ninguém veja o incauto acontecimento. Há então odores e sombras que fazem dessas lembranças, nao sei muito bem porquê, nem tão-pouco para que regressam e regressam. No fundo, prefiro que cheguem recordações que ainda não aconteceram, à amargura de ter deixado um detalhe passar despercebido. Talvez aquele desejo de ser mais e melhor e completamente diferente, sem perder o eu. Impossível conquista. Realidade ao virar da esquina. Alguém condena?

3 comentários:

Oliver Pickwick disse...

Há quanto tempo, hein garota? Tinha saudades dos seus lindos olhos azuis, da sua percepção refinada e, especialmente, dos seus textos delicados sobre viagens intimistas no tempo. Tanto ao passado como ao futuro.
Um beijo!

"No fundo, prefiro que cheguem recordações que ainda não aconteceram..."

Brain disse...

No possible!

a condenação, claro :)

Beijo Meu

Anita disse...

Eu prefiro sempre as saudades do futuro...