24 de dezembro de 2007

A página do desabafo natalício de um livro que não existe

Tanta gente festeja sem saber bem o quê. Tanta gente, ainda mais talvez, se deixou corromper e enterrou o que sabia ser motivo de alegria no Natal. De todos eles tenho alguma pena; uma certa mágoa cresce por vê-los, crescidos ou mimados petizes arrogantes, brincar ao Pai Natal, gastando fortunas enquanto exibem sorrisos de plástico (e, não raramente, sofrendo por dentro por não poderem dar-se a esse luxo ou por saberem, secretamente, que nao há real motivo para tal); esssas, que encheriam os bolsos de Pessoas igualmente gente. Se ao menos soubessem no ridículo que caem... Se soubesssem quão melhor é um olhar amigo mergulhando fundo no nosso; um abraço, quando saímos porta fora e as botas se enterram na neve que dançou durante toda a noite e agora repousa ao pé de nós, brilhando ao Sol tímido que se ergue na madrugada ensonada. Ou então sou eu que distorci a realidade e já não há destes momentos. Mas sinto na pele que ainda pode haver Natal assim.
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3 comentários:

Alma Nova ® disse...

Um Natal assim ainda existe...mas apenas nos que o não esqueceram e trazem bem guardado no coração...quer em tempo da neve dançante, quer quando os raios de sol queimam a pele. O Natal assim ainda existe, sim...mas apenas para aqueles que vivem de sentimentos!

Idiota disse...

Talvez exista um Natal assim, talvez até seja certo nos corações de quem ama (a vida, os outros o mundo).
Brincar ao Pai Natal por vezes pode ser saudável se a oferta esconder o abraço que não se pode dar.
Espero e desejo um óptimos "abraços", Feliz restante época Natalícia.

:)

Anónimo disse...

E sentes muito bem, esse Natal que caminha na tua pele, chama-se sentimentos, esses que as tuas palavras sempre definem com clareza...
Gosto de Ti pelo que és, sabias!
beijito