15 de abril de 2008

De relance

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Em cada mundo há mundos que se escondem por baixo da mesa, sob panos compridos cobrindo móveis bolorentos e húmidos, envelhecidos pelo passar dos dias no vazio dos quartos. Mundos imensos, construídos pelas vidas desengraçadas e coloridos por alguns, poucos, instantes de evasão. Momentos então e afinal, doutro planeta e não daqueles pequeninos mundos esquecidos no correr das horas. Mas sentidos na pele. Vividos nas semanas. Encarnados para sempre. Mesmo e, talvez sobretudo até, quando esforçadamente se os tenta esquecer.
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Nesses mundos, tantos, que vejo de olhos abertos ou fechados, há muito pouco que valha a pena. Escolhe se queres um pedacinho dessa maravilha.
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5 comentários:

ivone disse...

eu não quero um pedacinho só

quero a maravilha inteira

será pedir muito?

Brain disse...

"...há muito pouco que valha a pena."

Maria José,
Neste teu magnifico texto, "impõe-se" (se me permites) uma correcção.
Tem de haver uma clara distinção entre o que vês de olhos abertos (exterior de ti) e o que vês de olhos fechados (teu interior).
E, se ela for efectuada, essa distinção, tenho a certeza de que a frase que destaquei, estará seguramente, inadequada pela sua não aplicabilidade. :)

Um Beijo Meu.

Maria José disse...

Dizia antes, com as minhas palavras, que não preciso de olhos abertos para perceber o pouco que faz sentido, apercebendo-me, isso sim e em qualquer momento acordada ou adormecida, das maravilhas que ressaltam por entre confusões e desavenças.

Alma Nova ® disse...

Os olhos da alma são muito mais perfeitos, encontram as maravilhas que se escondem no decorrer dos dias sombrios.

Oliver Pickwick disse...

O "seu" sistema solar não é o mesmo que o da maioria das pessoas. Ele está cheio de planetas, os quais não perceptíveis por nenhum telescópio.
Um beijo!