26 de abril de 2008

Águas

Houve assim um dia de chuva e depois um dia de sol. As formigas esconderam-se da humidade que lhes prendia as patinhas, as serpentes saíram das tocas para limpar a pele escamosa adormecida, ambas se cruzando apenas ao anoitecer dessa Primavera incerta, voraz no abafar dos gritos das pequeninas quase afogadas nas poças do caminho, sequiosa de aquecer o sangue do réptil viscoso, matreiro.
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Um dia de sol, um dia de chuva. E nada desse pequeno outro grande mundo nos chegou ao olhar. Preocupados com as horas estúpidas que passam nos nossos dias assim-assim.
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2 comentários:

jumpman disse...

O passar das horas sem sentido..

Brain disse...

...como quem passa pela vida, não deixando que a vida passe por ele.

Mais um: Excelente!

Um Beijo meu.