29 de maio de 2008

Pousada e dormindo

Tenho a caneta presa. Ferrugenta sem ter apanhado ar do mar ou ser de ferro, sem estar escura nem áspera. Gasta de muitas letras, mas ainda plena de voracidade, porém sem pingo de tinta escorrendo no papel. Ali pousada e eu aqui, sem lhe pegar nem saber se arrume ou deixe estar. Ao ar. Ao tempo. Outras vezes assim estancou e naturalmente recomeçou a andar nas ruas das histórias e dos acontecimentos encontrados nos dias e nas horas que correm. Outras vezes. Mas agora sou eu quem não lhe quer dar o empurrão, tão-pouco querendo que me reflicta ou a outra coisa qualquer. Porque preciso de ser eu, uma nova pessoa ou apenas um fantasma sereno, para valer a pena.
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4 comentários:

Brain disse...

Naaahhh...

O que vale efectivamente a pena,
É seres mesmo Tu!
Sempre!

Um Beijo meu.

Oliver Pickwick disse...

É até possível que esteja com a caneta presa. Mas, quanto a sua mente, aposto que arde como os fornos de uma siderúrgica, ativa, e, com um grande general estrategista do passado, aguarda o momento certo de por a tropa [a caneta] em movimento. ;)
Agora, vou conhecer o seu blog de fotografias.
Um beijo!

ivone disse...

sê pessoa!
nunca outra...

Alma Nova ® disse...

Porque precisas de ser tu, solta a tinta, escorre letras, deixa sair o fantasma que não queres ser...