O meu nome é Maria. Maria José. Não sou agente secreto mas sou conhecida de formas diferentes. Partilho as horas do que apelido de meus dias, com poucas pessoas e muita gente. Ou então apenas com as pessoas, deixando para a gente a coexistência necessária. Aprendo coisas novas a toda a hora, lições de vida ou de como não a viver. Junto também saberes nascidos do questionamento e acredito num Deus que tem muitos nomes, mas apenas uma verdadeira essência; percebida por poucos, rezem baixinho ou conversem em tom de desabafo, sem orações como as minhas, sem preces de algibeira, mas tão pura e sentida como a história cravada no sangue que nos chega a todos, seja de que forma for.
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Tenho nome, morada, telefone. Quantas vezes me esqueço desses detalhes e vivo somente no dado adquirido de os ter, para os gostar de lembrar quando alguém me reconhece na multidão. Um fiozinho de egoísmo para mim...
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Ou para nós. Quando dissermos até logo, vemo-nos ao adormecer. E gritarmos ainda mais, no silêncio que nos une, que divergimos em tanto quanto nos enriquece o coração.
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2 comentários:
um texto tão sincero que me transcede. tenho que dizer que o último parágrafo é simplesmente brutal!
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O auto-retrato sincero..Daqueles que está à vista de poucos ou de quem se quiser preocupar em vê-lo..
O retrato que vejo todos os dias estampado em quem digo sempre um até já ou um até logo. A quem me abraça durante a noite.
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