Assim parecia, pelo menos. E assim respondia às incontáveis indagações "e o sono? Dormes bem, ao menos?".
Mas houve uma manhã diferente. Talvez, porque tenha sido visitada por imagens, sons, cheiros, fragmentos de outros tempo e lugar, na calada da noite. Talvez, porque tenha sido o sono, de mansinho, pontuado por aquilo a que chamaram, nalgum momento, sonho ou pesadelo. Talvez. E talvez os fragmentos de vida irreal que assim o coloriram de vermelho garrido a negro tenebroso, tenham deixado uma saudade, uma mágoa, uma alegria tímida materializadas no instante do regresso ao mundo dos olhos abertos; quando também os seus assim ficaram ao sentir os primeiros raios de Sol da manhã nascente. Lágrimas? Não. Já não. Só no sonho que percorreu a noite consigo. E essas... alegria e tristeza.
Abriu todas as janelas e portas. Deixou entrar o Sol. As recordações do sonho? Imensas. Presentes e não esquecidas, porque realidade noutros momentos. Presentes e jamais queridas na prateleira dos desperdícios. Presentes e até, inexplicavelmente, ou não, mas também não importa [nem vale a pena] explicar, subliminarmente sendo pedras angulares no seu sentimento.
E quanta luz entrou nessa manhã! Embriagou o pensamento e os sentidos. E leve, levemente ofereceu o seu ouro, incenso e mirra à calma que tinha bem lá no fundo desde antes aquela noite diferente, para a não deixar queimar pelo calor do amanhecer.
Até que a sobriedade regressou.
Uma voz conhecida chamou.
"Então, a menina vai fazer esperar as visitas muito mais?"
1 comentário:
"As recordações do sonho? Imensas. Presentes e não esquecidas, porque realidade noutros momentos. Presentes e jamais queridas na prateleira dos desperdícios. Presentes e até, inexplicavelmente, ou não, mas também não importa [nem vale a pena] explicar, subliminarmente sendo pedras angulares no seu sentimento."
Lovely.
E o resto do texto, ler cada palavra e imaginar um sono assim, cheio de emoções que leva a um acordar diferente. Um acordar cheio de luz e com um turbilhão de ideias e sensações.
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