28 de agosto de 2006

Mansão


"Ha ha ha... Pois..." Ri-te. Ainda hás-de chorar. Não acreditas? Também não preciso da tua aprovação, da tua crença. Vou lá abaixo e pronto. Não é assim tão longe daqui. Uns quantos passos no Caminho das Bruxas, uma porta tombada e uns degraus. E já lá estou. Escuro? Disseram-me que sim. De qualquer maneira levo a minha lanterna. E o medo pode deixar os sentidos mais apurados. Isso sabes. Não digas que não. Olha que daquela vez... Mas enfim, continuando. Não acreditas e não te vou provar que estás redondamente enganado. Só que quando regressar... não sei se te conto o que vi por detrás da pilha de caixotes que lá encontrei, ou escondido numa parede falsa. [Isto é, pelo menos nos filmes é assim.] Vou guardar para mim os tesouros que lá puser a descoberto. É o preço que pagas por não crer na minha determinação. Azar.

Talvez te fale apenas das teias de aranha que me toldaram a vista e me fizeram praguejar. Hummm e sobre o ar bafiento logo se vê. Pode ser que te conte.

2 comentários:

jumpman disse...

Mergulhar na escuridão sem saber o que nos espera, levando somente a tal lanterna. Por vezes suficiente para iluminar o nosso caminho e nos fazer ver tudo, nessa sala escura e assustadora para alguns, cativante para outros, depende sempre do espírito de aventura e da mentalidade curiosa que guia cada um de nós.

"Talvez te fale apenas das teias de aranha que me toldaram a vista e me fizeram praguejar. Hummm e sobre o ar bafiento logo se vê. Pode ser que te conte."

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Jo disse...

ADOREI o tema...o mergulho no escuro, a descoberta do desconhecido, o medo que advém dessa mesma descoberta...o conto não conto....perfeito!

"não sei se te conto o que vi por detrás da pilha de caixotes que lá encontrei, ou escondido numa parede falsa. [Isto é, pelo menos nos filmes é assim.] Vou guardar para mim os tesouros que lá puser a descoberto."


[mais um ponto de passagem obrigatório]

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