1 de setembro de 2006

Desfocado... ou como preferires



O que vês quando olhas?
Talvez o espelho.
Quiça vislumbres um pouco do reflexo.
Mas certamente não vês a realidade. Oh!, como está longe desses olhos tão abertos e que mais não percebem senão o desejo que lhes chega bem lá do fundo da emoção. Como está distante da mão que estendes, timidamente mas com tão grande confiança [em nada, afinal]. Como está longe.

Porém não vês.
Não sentes realmente a imagem que te vai rodeando.

É pena.



Mas não a vês.



Algum dia levantarás a cortina que agora te cega? Se tiveres força.


Sobretudo se quiseres. Porquanto a ilusão pode ser mais doce.

2 comentários:

Anónimo disse...

Em dias com o os de hoje (escuto a tua "música" do Hi5), prefiro fechar os olhos.
É este o momento em que "vejo" melhor. Ou melhor, é neste momento que eu não vejo, porque não quero ver, e vejo "o que tenho [a] ver".
Em dias como os de hoje recorro às leves ligações etéreas, absolutamente fundamentais para "me" sentir bem.
Kaprik

jumpman disse...

Realmente podemos escolher em alturas da nossa vida o que queremos ver. Essa cortina pode tomar contornos diferentes à medida que a nossa vida se desenrola. E para muitos é mais fácil viver com essa cortina que cega, mas que também dá um conforto, falso é verdade, mas suficientemente verdadeiro para fazer acreditar numa dada fantasia. E o querer para se levantar essa cortina muitas vezes não está lá. Porque pode ser mais cómodo um mundo assim.

***