3 de outubro de 2006

Já é manhã?

Sensação terrível.
Só queria os lençóis outra vez sobre a cabeça. Abafar a respiração que quase parou, não ver o escuro nem a luz. Só queria acordar de vez, levantar a cabeça, lançar água fresca sobre os olhos. Só queria... não sei o que queria.

Ao acordar em sobressalto, com o coração frio e uma lágrima irreal de sangue que brotou de nascente dissimulada pelo sono e, acredito, pelo nevoeiro da manhã, digo apenas ter sido sensação terrível.

Não querer dormir, mas também evitar o despertar.
Não saber se olhar o relógio, se esquecer que o tempo existe e continua (tic- tac, tic-tac...).
Pegar no telefone e ligar, ou parar e pensar.

Sensação terrível.
Nem todas as palavras, de todas as línguas e dialectos, conseguirão jamais articular-se perceptivelmente e explicar; desenhar os contornos... da sensação terrível. Por isso assim baptizada. Simplesmente.

Não era tristeza, não era saudade, não era dor. Mágoa, dúvida, pesar também não.
Pesadelo?

Fez o coração disparar, bater irregularmente. Testou a resistência das artérias. Pôs no limite a respiração. Gelou cada milímetro de pele. Paralisou os mais pequenos músculos.

O que foi, afinal?

Acabou.



E, olha.
Hoje vejo um pouco de Sol para lá da vidraça.

.

.

4 Non Blondes, What's Up (Remember?)

2 comentários:

Anónimo disse...

A lingua portuguesa é das liguas que mais palavras tem para definir sentimentos e mesmo assim não existe nenhuma para o que sentiste.. Não posso dizer que já tenha passado pelo mesmo e espero não passar..
I wish you get better quickly..

*

jumpman disse...

Há manhã assim.. Onde acordamos com um sentimento estranho que não sabemos descrever. Desejo só que não aconteçam mais vezes ;)

***