11 de dezembro de 2006

À vista

A gente tem sabor.
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A gente tem um gosto especial, único, diferente. E em toda a gente há o paladar para o descobrir, o desejo que o aguça e a arte para aperfeiçoar esse sentido [não um sexto; apenas um dos cinco tradicionais, porém, tristemente, tantas vezes esquecido do sentir do gosto da gente].
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Qualquer gente, de qualquer cor e passado, tem um sabor que a distingue na multidão naquele momento de recolhimento em que o dá a conhecer, como que por magia.
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Não é um sabor doce nem amargo. Não lembra chocolate nem especiarias de outras paragens. Não tem data de validade nem se esgota num piscar de olhos. No entanto, está lá. À espera. Pacientemente aguardando ser apreciado, recordado, sentido por entre o perfume [verdadeiro acrescento superficial deveras aliciante...] e o olhar que dispersa a atenção.
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Eu lembro o sabor da gente. Como o seu perfume. E o seu olhar.
Benção.
Pesadelo.

2 comentários:

jumpman disse...

São sabores que não se esquecem, sejam eles benção ou pesadelo.

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Anónimo disse...

são sabores que marcam momentos, épocas e sonhos.

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um beijo.