Defeitos não faltam, é só prestar atenção, olhar um pouco mais de perto ou fixar as íris no ponto certo, mesmo quando à distância. Uma diferença que talvez exista [e perdoem-me as almas mais sensíveis que adoram encontrar falsas modéstias em cada esquina que dobram]? Reconheço essas falhas, as pedras no meu sapato que amargam o dia desses outros com que me cruzo e tenho a infelicidade de cravar com essas virtudes distorcidas [um nome pomposo, não?] Num ou noutro dia, neste ou naquele lugar, em pessoa ou pensamento, sabendo ou só mais tarde reconhecendo a injustiça que me dominou, estou certa de ter ferido mais do que às vezes se suporta.
Apesar de tudo, a mesquinhez do desprezo, a pequenez da discriminação, a banalidade repugnante da crítica pela crítica, ou, simplesmente, os juízos de valor baseados na cor da pele, nas preferências políticas, na terra-mãe, na religiosidade, na profissão ambicionada, nos [aparentes] sacrifícios e, até, na pessoa amada, revolvem-me as entranhas. Numa palavra, todo este racismo manifesto ou dissimulado [se é que tal existe, porque tenho as minhas dúvidas…], fruto não sei se da ignorância passiva, se do mais puro dos activos facilitismos intelectuais e emocionais, deixa-me com um nervoso miudinho; troca as voltas às ideias e faz despertar instintos básicos idealmente adormecidos.
Radical? Talvez. Muito provavelmente sim. Mas prefiro sempre falar com conhecimento de causa.
E toda esta verborreia afinal porquê?
Uma palavra dita fora de tempo, um simples gesto, uma expressão de rosto imediata, uma conversa na penumbra [tentando enganar não sei bem quem, mas decerto que não o centro da discussão], destroem sonhos, baixam braços outrora erguidos, ferem o orgulho e o prazer de Ser. Porém, sobretudo esbatem o olhar.
Como não só o alvo da carreira de tiro é perfurado pelos atiradores, porquanto também os ouvidos de quem está na sombra sofrem [desde que abertos ao que se passa em seu redor; seja por curiosidade, por laços de sangue ou por tantos outros cuja descrição me abstenho de redigir], senti a amargura de ver sofrer, impotente. Mais, conheço o sabor do olhar altivo e de soslaio de quem julga sem saber; de quem não quer saber o como, porquê, para quê de sequer sentir tal desespero. Conheço a acidez desse olhar que pensei nunca ver detido em mim pelo simples facto de ter ideias minhas, mas estamos sempre a aprender e não há quem nos não possa surpreender, mesmo tendo caminhado lado a lado ou amparado o nosso crescimento.
Apesar de tudo, a mesquinhez do desprezo, a pequenez da discriminação, a banalidade repugnante da crítica pela crítica, ou, simplesmente, os juízos de valor baseados na cor da pele, nas preferências políticas, na terra-mãe, na religiosidade, na profissão ambicionada, nos [aparentes] sacrifícios e, até, na pessoa amada, revolvem-me as entranhas. Numa palavra, todo este racismo manifesto ou dissimulado [se é que tal existe, porque tenho as minhas dúvidas…], fruto não sei se da ignorância passiva, se do mais puro dos activos facilitismos intelectuais e emocionais, deixa-me com um nervoso miudinho; troca as voltas às ideias e faz despertar instintos básicos idealmente adormecidos.
Radical? Talvez. Muito provavelmente sim. Mas prefiro sempre falar com conhecimento de causa.
E toda esta verborreia afinal porquê?
Uma palavra dita fora de tempo, um simples gesto, uma expressão de rosto imediata, uma conversa na penumbra [tentando enganar não sei bem quem, mas decerto que não o centro da discussão], destroem sonhos, baixam braços outrora erguidos, ferem o orgulho e o prazer de Ser. Porém, sobretudo esbatem o olhar.
Como não só o alvo da carreira de tiro é perfurado pelos atiradores, porquanto também os ouvidos de quem está na sombra sofrem [desde que abertos ao que se passa em seu redor; seja por curiosidade, por laços de sangue ou por tantos outros cuja descrição me abstenho de redigir], senti a amargura de ver sofrer, impotente. Mais, conheço o sabor do olhar altivo e de soslaio de quem julga sem saber; de quem não quer saber o como, porquê, para quê de sequer sentir tal desespero. Conheço a acidez desse olhar que pensei nunca ver detido em mim pelo simples facto de ter ideias minhas, mas estamos sempre a aprender e não há quem nos não possa surpreender, mesmo tendo caminhado lado a lado ou amparado o nosso crescimento.
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Leia isto quem quiser e puder. Entenda como bem lhe aprouver as palavras que não dirijo seja a quem for em particular, mas talvez a toda a gente que julga e é julgada, pensando que uma manhã passada ao Sol brincando com uma criança, expiará todas as suas pedras no sapato [e que duvido que saibam sequer que lhes maceram a pele].
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Porque eu aprendi já muito com as diferenças.
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1 comentário:
Agora sou eu que faço copy-paste:
"Porque eu aprendi já muito com as diferenças."
Talvez por ter tido sempre uma perspectiva diferente, não sei. Ou simplesmente porque cresci com um fascínio e respeito por tudo o que não se enquadra no supostamente "normal".
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