7 de setembro de 2007

Entre vírgulas

Um quase não ter sono mas uma vontade grande, tão imensa como o medo do escuro das crianças assustadas, de dormir sem saber onde acordar. Um olhar demorado àquele céu calmo, sem saber bem se sair do carro já frio ou ficar todas as horas da noite nos degraus quentes a poucos metros dali. Uma passagem breve pela escrita outra vez. Falando palavras no papel, emudecidas pela turbulência do pensamento.


Lost old church (caught somewhere sometime ago)
.
Caminhar sem saber se são nossos os passos que estremecem o chão por onde vagueamos sozinhos, contorce a essência de nós e distorce a imagem reflectida aqui, além, algures. E chegada a hora de parar e decidir sem opções, quebra-se o encanto da ilusão. Outra vez. Ou pela primeira vez. Realmente. Profundamente.

Resta uma presença. Um silêncio despretensioso. O único que permite que grite sem proferir palavra, chore melodiosamente, olhe e diga o que já sabe sem discursos banais.
.
Até amanhã.
Vou até lá fora outra vez. Ou então apenas à recordação do calor das estrelas que retenho.
Na companhia de um perfume.

4 comentários:

Anónimo disse...

"Resta uma presença. Um silêncio..."

O poder do silêncio é enorme...
Sem sons, nem palavras, comunica sentimentos e vivências...

Sniqper

Brain disse...

Maria José,

Só para dizer,
Que está,
Simplesmente,
Divinal,
Este teu escrito!

Adorei! Parabéns!

Beijo e bom fds.

jumpman disse...

A cumplicidade de um silêncio e o aroma de um perfume.

Quantas vezes o necessário para acalmar uma mente e espírito inquieto.

***

Delfim Peixoto disse...

Os perfumes que o silêncio traz são memórias de um pequeno som que nos acalma