15 de janeiro de 2008

Tonalidades ou auras desbotadas

Já reparaste nas sombras quando caminhas, páras, olhas uma montra, carregas no botão para atravessar a avenida irrequieta? Sombras curiosas. Movem-se em silêncio. Parecem seguir os passos que dás, sem quebrar os galhos caídos e arrastados pela rua, sem se deterem na multidão abrigada sob um plástico improvisado ao cair das primeiras chuvas; apenas deslizando entre as gotas de água, flutuando acima dos ramos destroçados de uma árvore despida. Sombras de nada. Em tudo encontram morada, se moldam, transfiguram. Verdadeiros recantos da luz, refúgios para calar gritos que esperam pelo brilho das estrelas.
.


.

Caminha atento. Pode ser que encontres a tua. E deixes de vaguear sozinho.
.

5 comentários:

Oliver Pickwick disse...

Um dia ainda vai descobrir o Graal, a Arca da Aliança, a Pedra Filosofal, ou a Fonte da Juventude, querida Maria. Só mesmo você pra descobrir esse "planeta das sombras", ou, das auras desbotadas. Belo nome, esse!
E o olho do seu avatar, hein? Lembra-me certa garota, em um parque a long time ago in a land far, far away...
Ainda bem que é médica e entende desse negócio de arritmia.
Beijos!

Jo disse...

WOW! que texto, meu Deus! Um mundo de sombras...

Eh pah eu acabei de escrever um poema que tb fala de uma sombra, mas não no sentido do teu texto, o teu é um sentido com pluralidade. omeu é mais singular:P (penso eu, mas posso estar enganada.lol.)

******

Divinius disse...

Sinto do teu leve sopro a certeza do meu amar...)*

Alma Nova ® disse...

Sombras.....! Seguem-nos, perseguem-nos...jamais nos abandonam à solidão. Gosto quando elas se conjugam no mundo a cores onde as fusões acontecem...

Fénix disse...

É preciso parar obervar, ouvir e "tocar", para deixarem de ser apanas sombras e passarem a ser alguém...