15 de março de 2008

Desconcerto

Deita-te comigo. Lê as histórias que te conto sem falar.
Está escuro
e o silêncio ouve-se atrás da porta.
.
Posso deixar a cabeça cair em ti
e fazer de conta que as horas pararam.
Não te peço, olho-te nos olhos
e digo-te como estar sozinho enlouquece,
ali, sem ver a luz,
sem nada que valha a pena,
sem ninguém
a quem dizer
olá.
.
E por isso deslizo um abraço.
E fico longe dali. Tão longe dali e de tudo o que se esconde nos becos do vazio.
.
Tão perto de um boa noite.



.

9 comentários:

ContorNUS disse...

Tocam-me as palavras com a subtileza de uma penumbra nostálgica que carrega a imagem de ternura e de tristeza.

jumpman disse...

E eu deslizo também um abraço. Daqueles que dizem que aqui podes fugir ou simplesmente encostar a cabeça e esquecer tudo o resto. Por um momento e por uma vida inteira.

Deslizo um abraço e um olhar cúmplice.

Hoje e sempre.

Oliver Pickwick disse...

É como tomar absinto e resignar-se com a fada verde. É preferível correr o risco dos becos vazios. Afinal, tudo ou nada, é da natureza humana.
Beijos!

Chris disse...

Um faz de conta que conta a nossa história...

:)

Gostei bastante...
Beijinho grande

Brain disse...

Sabes que essas histórias,
As contadas dessa forma,
Nem sempre...
Nem sempre são ouvidas como as contamos.

Mas...
Corremos o risco, não é?

Um Beijo meu

Anónimo disse...

No escuro do vazio, contam-se histórias de vidas, feitas e vividas...

Alma Nova ® disse...

Histórias, vidas, canseiras...despidas no calor de um abraço...e num silêncio de mil palavras.

José Alexandre Ramos disse...

Desconcertante, de facto. Gostei do espaço, voltarei.

Idiota disse...

:)

Boa Páscoa.