Histórias de vida são as que se publicam no fim, as que vão surgindo e crescendo ao sabor do tempo e do acontecer que lhe dá cor. São narrativas póstumas da alma, que as canta, errante, entre paredes outrora barreiras e agora cortinas de fumo.
.Não quero esperar para vê-las ganhar corpo quando nada mais for do que pó entre raízes. Já não poderei então prolongar momentos, discutir dúvidas, aliciar os vulneráveis. Não quero esperar por ter histórias de vida para contar. Quero antes uma borracha gigante para apagar a imensa inutilidade que tinge estes dias e sufoca o ar, que não respira, não se renova, não se inspira nem se permite respirar. E quero um lápis que escreva na água, para poder mergulhar no silêncio do mais longínquo dos lagos, sossegadamente assim abrir o caderno que ainda tem o teu perfume e cravar linhas dos dias que me levaram nessa viagem. Quero sentar-me na beira do rio e reler as palavras do meu mundo uma única vez, somente para não esquecer recados que queira dar aos aluados, esses que caminham em círculos apertados nas ruas bolorentas ou nas muitas avenidas ruidosas, perdidos no espaço, sequiosos de futilidades.
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.E depois quero, quero, quero, assim tão-simplesmente, quero adormecer.
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5 comentários:
Dentro dessas 4 tábuas a vida adormecida deixa de acontecer...e leva com ela todas as histórias por escrever.
E fica o desejo, repetido vezes sem conta e sem fim à vista, que adormeças. E que durmas descansada.
Quem não quer?
Desculpa, tornei a mudar o nome do blog. Mas prometo que este (por agora) é para manter.
beijinho*
também eu também eu queria adormecer...
mas tenho de me manter acordada custe o que custar
Quatro tábuas...
Um limite...
O fim...
O que ficou por dizer...
Num adormecer prematuro!
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