10 de maio de 2008

Falta-me...

Não se explica, esta coisa estranha que me devora por dentro, este sentir que me falta a normalidade dos dias, este querer que as horas passem. E o céu, que ora se escapa do azul, ora de enlouquece e reveste de luz que fere os olhos cansados do escuro, foge-me das mãos, viaja pelo universo e deixa para trás o chão cá em baixo, onde cada passo ecoa no vazio.
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Mas se isso não tem explicação corrida nesta tinta, muito menos a encontram meus pensamentos para aquele mundo paralelo que habita mesmo aqui ao lado. Onde se dorme sem saber, onde o sono chega sem pedir, onde com a permissão do sossego de alma, se abraça o confidente de todas as horas. Sem nome, com voz de mil coros sussurrantes, com aroma de aconchego da saudade que, maldita língua esta, tinha que trazer aos meus ouvidos.
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Onde se dorme sem saber...
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Onde a manhã chega nos braços da chuva, embalando de mansinho um sorriso quando as pálpebras se erguem no silêncio e vêem. Vêem ali mesmo, ao pé, no mundo real que avança noutro ritmo, o único sorriso verdadeiro que ilumina uns olhos acabados de acordar. Meus. E teus..

6 comentários:

jumpman disse...

Falta-me..

Oliver Pickwick disse...

Foi engraçado! Pensei que texto finalizava no trecho acima da imagem, o que o caracterizaria como uma narrativa de impacto e de desfecho inesperado. No entanto, retorna à linha corrente, na continuidade sob a imagem.
Um beijo!

Anónimo disse...

E tantas são as cenas que a Vida cria e mais ainda aquelas que de explicação só A FALTA explica...

ivone disse...

e a fluidez com que a tua escrita desliza no papel e em mim.
inacreditável!


.i

O Profeta disse...

Falta dar sentido oa sentir...


Solta nota de uma flauta
Um retrato preso à mão
Um tambor fora do compasso
Segue o bater de coração


Convido-te a partilhar as emoções
Deixadas pelos ponteiros de um relógio…


Doce beijo

Alma Nova ® disse...

Falta...o alimento de que nunca nos cansamos, a bebida que nos alimenta, o néctar que nos faz inteiros...e que a saudade marca a fogo no interior de nós.