5 de julho de 2008

O bilhete que não ouviste

Obrigada.
Mas és distante demais. Muito diferente. E subtilmente indiferente, ou pessoa mais próxima do que eu poderia ter sido, desde que pus os olhos neste mundo, do que de tud quanto acabei por ser.
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É pena.
Mas assim continuo a minha vida sem a alegria que lhe podias dar. E continuo a contar mais um dia e mais um mês entre um abraço que não vês. Adormecendo sob olhos que não dormem... sem mim.
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2 comentários:

O Profeta disse...

Assim passam oas segundoscom o abraço na tua procura...

Doce beijo

iILÓGICO disse...

não me conhece, nem eu à você. passeava pela net buscando imagens e deparei com seu blog. atraiu-me seu texto. solitário, arguitivo, inquieto. filosófico. deixo um texto para leres. escrevo do brasil.

sou sombra, nuvem cheia e copo com água em cima da pia./ se deixar eu derramo, entorno./ quando encosto na cabeceira dura da cama é que me dá vontade de chorar baixinho./ bem baixinho. meu cachorro uiva pra lua e eu olho pra ela e ela não me vê./ às vezes penso que ela é burra. né nada, minha tia Célia dizia./ isto é coisa de lua nova, quanto menos se vê, mais quer./ conheço pessoas que nunca foram na minha casa, que nunca ficaram perplexas ou paradas. o touro é que não gosta delas./ eu tenho uma dorzinha que me incomoda de vez em quando, quando ela some de todo, eu cutuco ela pra me ver vivo, loquaz, atendido nas minhas perdidas esperanças./ queria ter companhia pra chorar de noite, noite e dia, noite e dia, noite e dia./ chorar sozinho é bom quando não se quer companhia. eu quero derramar aquele copo d'água inteirinho, mas na boca de quem não escuto a voz, mas sei que já chegou./ reconheço gente de olho fechado, se tiver perfume bom, se tiver uma mão macia ou cabelo de anjo./ desesperei uma vez quando me sumiu todo meu amor./ nem sabia que tinha ainda daquele jeito./ depois enchi-me de coragem e fui pegar a roupa no varal, catar limão, lavar calçada e depois entrei em casa./ estas coisas eu faço pra me pegar sozinho e me convencer que a vida é só isto./ mas eu tô olhando lá da janela e grito./ corre Marcos que vem chuva!