26 de setembro de 2008

Parágrafo de história lida em cores ocre

Demorei a vir e a escrever, para poder chegar à conclusão com tempo e espaço, de que me fartei da estupidez e de tudo o resto que nada mais é do que isso mesmo. Saturei-me da perda de tempo em lugar nenhum e de ter perdido tempo com nada de jeito, perdendo a escrita, o gosto pelas coisas de nome que não digo. E perdi a paciência, os bons modos, sei lá. Não em conheço. Odeio a madrugada, detesto o anoitecer, abomino os entretantos. E nem um lugar de sossego me restou, ao fim de contas.
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Quero lá saber deste lugar.
E dos outros.
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17 de setembro de 2008

O início de um livro ou de qualquer coisa assim

Rir e chorar não são imediatos, dados, banais. Se genuinamente sérios, acontecem na solidão ou na mais perfeita e cúmplice companhia. De noite, de dia, no nevoeiro, ao sol. Não importa. Não importa...
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16 de setembro de 2008

11 de setembro de 2008

Assim de repente

O meu nome é Maria. Maria José. Não sou agente secreto mas sou conhecida de formas diferentes. Partilho as horas do que apelido de meus dias, com poucas pessoas e muita gente. Ou então apenas com as pessoas, deixando para a gente a coexistência necessária. Aprendo coisas novas a toda a hora, lições de vida ou de como não a viver. Junto também saberes nascidos do questionamento e acredito num Deus que tem muitos nomes, mas apenas uma verdadeira essência; percebida por poucos, rezem baixinho ou conversem em tom de desabafo, sem orações como as minhas, sem preces de algibeira, mas tão pura e sentida como a história cravada no sangue que nos chega a todos, seja de que forma for.
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Tenho nome, morada, telefone. Quantas vezes me esqueço desses detalhes e vivo somente no dado adquirido de os ter, para os gostar de lembrar quando alguém me reconhece na multidão. Um fiozinho de egoísmo para mim...
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Ou para nós. Quando dissermos até logo, vemo-nos ao adormecer. E gritarmos ainda mais, no silêncio que nos une, que divergimos em tanto quanto nos enriquece o coração.
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6 de setembro de 2008

Novamente, até aos limites das coisas simples

É o mesmo dia de há bocado, daqueles letrinhas tantas que se lêem sob a data deste mesmo dia, e continuo agora as palavras da manhã. Nenhum diário, nenhuma crítica. Apenas o desabafo do mais incrível e fantasticamente chegado momento; não agora, não hoje, há já tempo incontável e sem medida. O instante, ora bem, de sentir que presença alguma completa tanto o meu sono e acordar, como esta de que sinto saudade na distância contada em metros ou quilómetros, tanto faz. O instante mais alegre e sombrio dos tempos que foram sendo. Simples perceber... porquê.
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É o mesmo dia daquela espécie de coisa nenhuma que saiu destes dedos ia já alta a manhã. E é sempre aquele instante e todos os que chegaram antes e vieram de seguida, que alentam a outra escrita e sem dúvida esta também.
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Nunca me despeço do rosto que me diz sorrisos. Como agora, sempre lhe falo baixinho um boa noite. Gosto de ti.

Aqui, como sempre

É assim meio estranho mas perfeitamente normal, tendo em contas os padrões que regem as pessoas e as cabeças que têm em cima dos ombros, sem outra utilidade que não a de... a de..., bem depois hei-de descobrir, que sejam, dizia eu, pouco interessantes e, no mínimo, ovelhinhas com medo do cão-pastor. Ora eu que gosto de olhar os cães no olhos e não tenho nenhum amor especial por ovelhas farfalhudas, deparo-me com a curiosa necessidade de com elas conviver. Nada de transcendente, no fundo, porque a igualidade sem diferença seria, no mínimo, enfadonha. Porém inconveniente, qual pedrinha no sapato que não mata mas mói. E porquê? Quase me escuso a tal esclarecimento deixar, porquanto a ironia da questão seria suficiente. Ainda assim ouso ir além dessa minha vontade e escrevo, preto no branco (ou noutro fundo qualquer, não sou bicromática), que me revoltam todos quantos se regozijam com bincadeiras de inferior valor ou posturas de inquestionável ausência de personalidade. E, dito isto, termino esta espécie de coisa nenhuma, sem dúvida mais do que agradada com a minha diferente forma de ser, pensar, falar, estar e querer. Cada um que pense agora onde mais se sente à vontade - se entre ovelhinhas, se na suposta elite da diferença. Porque elite é muito mais do que um adjectivo de revista cor-de-rosa; antes e sobretudo, o denominador comum de quem é por si próprio.
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